Esta obra recibiu o primeiro premio na modalidade de Narración Curta no Certame "Carvalho Calero" que convoca anualmente o Concello de Ferrol, na XV convocatoria correspondente ao ano 2005. "As nuvens caiam pesadamente do céu a fazerem-se nil cacos de vidro contra o chao. As contas dos colares desabavam em barulho contra as pedras encolhendo as lembranças e os desejos. O vento sacudia os ramos ainda verdes diante dum firmamento áspero e aflito. As unhas do ar roçavam nos vidros das janelas. E a tristeza infinita da sua mae sentada na cama, colarinho de pérolas, nom podia ser compensada nem com um milhar de mágicas borboletas saídas da floresta que esvoaçando se pousassem no outro canto vazio da cama. A sua mae, a mae, ficaria ali, enquanto as borboletas esvoaçassem entre os lençóis e a água, enquanto as palavras, e a sua palavra mae, boiasse no ar ou caísse como baba da boca cansada do filho adulto. -Eu fico aqui.- a mae, ela". ...; "O mundo abalou um dia para que ela andasse, o aiyé que morava derramou as suas contas e Cláudia arruma agora as camas onde dormen Matilde e Marta, cozinha abacates e doces de coco, onde moram elas, lhes empresta palavras para que brinquem na escola, deixa a sua pele preta e formosa para que elas conheçam as cores de que se veste a terra, empresta os seus cordons e todas as suas contas e miçangas, e brincam a conhecer os orixás que as cuidam". ...; "A mamá que sabe como cortar o cordom da morte. A mamá sabe arrastar as baleias ao mar, quando ficam perdidas, naufragadas na areia